Helena, uma menina muito preguiçosa,
gostava de ficar até tarde a dormir.
Numa bela manhã de maio, esplendorosa,
ela acordou enfim, sem moleza sentir.
Levantou-se a pequena sempre a bocejar
e, morosa, abriu um pouquinho a janela;
lindo raio de sol passou a iluminar
sua face que, então, pareceu ser mais bela.
- Bom-dia, meu amigo, como madrugou!
É muito cedo ainda! disse-lhe a menina.
E o pequenino raio de sol retrucou
dando grande lição àquela pequenina:
- Está você pensando que acordei agora?
Já andei pelas montanhas, entrei na floresta.
Os ninhos aqueci sem preguiça ou demora;
uma furna clareei por pequenina fresta.
Já fiz desabrochar em gentil trepadeira
linda flor cor-de-rosa e a gota de orvalho
faiscou com minha luz, alegre, alvissareira.
Também já visitei as frondes do carvalho.
Já amadureci a pitanga do galho
e vi bonitas vacas já em seus currais;
no campo há muita gente rude no trabalho;
agora, vou secar as roupas dos varais.
Heleninha curvou a fronte envergonhada.
Enquanto aquele raio de sol labutava,
ela permanecia na cama deitada.
Que severa lição ele agora lhe dava!
Levantou-se correndo e abriu toda a janela
e nesse mesmo instante, brilhante conviva,
o sol iluminou, então, o quarto dela,
tornando-a mais feliz e mais compreensiva.
Helena não esqueceu a lição desse dia
tornando-se, na vida, pessoa de escol;
diariamente, ao abrir a janela, dizia:
- Bom-dia, sol querido, eu te abençoo, ó sol!
Mariinha Mota
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