Estou livre de tudo, felizmente,
das muitas aflições e dissabores,
das calúnias, do ódio renitente,
envolvendo-me em hórridos pavores.
Escutem, pobres almas infelizes!
Venci de há muito a prova de amargura,
suportando com fé e sem deslizes
a impiedade revel, tão feia e escura.
A morte, que dos homens anda à cata,
desfará esse orgulho e essa bravata,
tragando-os em mísera vingança.
Tentem fugir a tempo à treva densa,
pois grande e bela é a nobre recompensa
do justo que do bem jamais se cansa.
Mariinha Mota
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