Por que é que existe a dor? Por que é que existe a guerra?
Respondo, pois, que a guerra é a terrível consequência
do homem não haver buscado ainda na Terra
o Evangelho do amor que é paz e onisciência.
Se sentirmos que Deus é o “Pai que está no céu”,
barreiras entre os povos cair deverão;
como irmãos viveremos: crente e incréu
e as bandeiras, países, irmanar-se-ão.
A raça humana toda confraternizada
o pavilhão da paz alçará deslumbrada
e os problemas sociais resolverá com amor.
Cessarão, para sempre, as lutas fratricidas
e as almas clamarão, todas, enternecidas:
- Somos um só rebanho e Jesus é o Pastor!
Mariinha Mota
Poetisa Mariinha Mota
Blog criado por Sílvia Mota para divulgar a obra da sua Mãe
terça-feira, 8 de maio de 2018
O fim das guerras
Duas coisas pedi a Deus / nesta vida tão sumária: / viver feliz junto aos meus, / ser professora primária.
A Escrava do Senhor
Quando João, o discípulo amado, anunciou
à Maria a prisão do Mestre, ela rogou
ao Senhor dos Senhores, toda em aflição,
que lhe poupasse o filho de seu coração.
Não era o seu Jesus, Divino Embaixador?
Não lhe anunciara o Anjo, com celeste ardor,
que ilustraria Ele o nome de seu povo
incutindo nas mentes sentimento novo?
Seria um nobre Rei, diferente, amoroso,
dando visão ao cego, curando o leproso.
À sepultura, Lázaro Ele arrancara em glória,
e a vida então lhe dera, em madrugada flórea...
Seu nome era lembrado em glorificação.
Todos lhe decantavam a predestinação.
E Maria confiou, ao Todo Poderoso,
preocupação e súplica em pranto copioso...
Veio dizer-lhe, entretanto, o discípulo João,
que o Messias já fora encarcerado então.
E Maria voltou com fervor à oração.
Implorou novamente o favor celestial.
Confiaria no Pai com fervor sem igual.
Desejava enfrentar, desassombradamente,
a situação. Até já lhe passara na mente,
procurar por alguém, alguma autoridade,
mas era muito frágil e cheia de humildade.
Certamente que Deus, de bondade infinita,
salvaria Seu Filho, para sua dita.
Mantinha-se Maria sempre vigilante.
Afastou-se de casa e ganhou, ofegante,
a rua, e da prisão ela se aproximou.
Muitas vezes, aos guardas, triste, ela implorou
o favor de um instante no cárcere entrar;
ver seu filho Jesus e um beijo lá lhe dar.
A noite já ia alta e ela ali ficava.
Entre a angústia e a confiança,
a Virgem em dor velava...
Mais tarde, João voltou, contando-lhe em seguida,
que a causa de Jesus já se achava perdida,
pois pelos sacerdotes fora ele acusado.
O terrível Pilatos tinha até hesitado,
enviando o Bom Rabi ao Herodes infame,
sem que o povo judeu por justiça pedisse.
Maria, resoluta, abrigou-se num manto,
e saiu a orar, os olhos sempre em pranto.
Que terrível aflição a dessa Mãe Sublime!
Coração sofredor que em lágrimas se exprime!
Que fizera Seu Filho, para vir sofrer
as injúrias e o opróbrio, sem os merecer?
Mas, oh! Que sofrimento! Que horror! Que agonia!
Seu Jesus já envergava o fato de ironia,
tendo às mãos uma cana e à cabeça a coroa,
trabalhada em espinhos donde o sangue escoava...
Ela quis libertar-lhe a fronte dolorosa,
mas o Filho, sereno, enviou-lhe amorosa
resposta em Seu olhar, tão bom, resignado.
E Maria seguiu seu Filho idolatrado...
Relembrou nesse instante, a infância de Jesus,
aquela linda estrela que lançava a flux,
o sinal deslumbrante do Seu nascimento.
Registrado em seu íntimo ficara o evento.
A multidão parou... Num esforço supremo,
Pôncio Pilatos, juiz, usa um recurso extremo:
Convida a decidir a turba então loquaz,
entre Jesus divino e o torpe Barrabás.
E Maria sentiu a esmagadora afronta.
Em doloroso pranto viu-O tomar a cruz
e vergando sob ela o corpo de Jesus.
O Rabi caminhava, o dorso vergastado,
com furor sem igual, por um infeliz soldado.
Angustiada, lembrou-se, repentinamente,
do Patriarca Abraão que levara o inocente
Isaac até o altar do sacrifício, e então,
Jeová lhe falara em glorificação.
Certamente que Deus lhe escutaria a prece,
e na hora extrema um Anjo interviria.
No entanto, a Mãe Sublime, dolorosamente,
viu, entre dois ladrões, no madeiro inclemente,
Seu Filho ser pregado. Triste felonia!
O Pai não lhe escutara a prece da agonia...
Em grande desalento ouviu a voz do Filho,
recomendando a João o seu perene auxílio.
Registrou humilhada, o Verbo derradeiro...
Mas, quando já pendia inerte no madeiro
a cabeça sublime, força misteriosa
apossou-se da Virgem e ela ouviu, ditosa,
a saudação celeste, sublime e grandiosa.
Jesus era Seu Filho amado com fervor,
mas era o Mensageiro do Grande Senhor.
Compreendeu que possuía sonhos materiais.
Submissa, curvou-se às forças celestiais,
trazendo, ainda, lágrimas no olhar tristonho.
A Virgem reviveu sua vida qual num sonho.
Compreendeu afinal, a Justiça, a Vontade
do Pai sempre amoroso e cheio de Bondade.
Ajoelhando-se aos pés da cruz e do suplício,
Maria repetiu sem dor nem sacrifício:
"Eis aqui, meu Senhor, a Sua Humilde Escrava.
Cumpra-se sempre em mim, segundo a Sua Palavra"
Mariinha Mota
Nota da autora:
à Maria a prisão do Mestre, ela rogou
ao Senhor dos Senhores, toda em aflição,
que lhe poupasse o filho de seu coração.
Não era o seu Jesus, Divino Embaixador?
Não lhe anunciara o Anjo, com celeste ardor,
que ilustraria Ele o nome de seu povo
incutindo nas mentes sentimento novo?
Seria um nobre Rei, diferente, amoroso,
dando visão ao cego, curando o leproso.
À sepultura, Lázaro Ele arrancara em glória,
e a vida então lhe dera, em madrugada flórea...
Seu nome era lembrado em glorificação.
Todos lhe decantavam a predestinação.
E Maria confiou, ao Todo Poderoso,
preocupação e súplica em pranto copioso...
Veio dizer-lhe, entretanto, o discípulo João,
que o Messias já fora encarcerado então.
E Maria voltou com fervor à oração.
Implorou novamente o favor celestial.
Confiaria no Pai com fervor sem igual.
Desejava enfrentar, desassombradamente,
a situação. Até já lhe passara na mente,
procurar por alguém, alguma autoridade,
mas era muito frágil e cheia de humildade.
Certamente que Deus, de bondade infinita,
salvaria Seu Filho, para sua dita.
Mantinha-se Maria sempre vigilante.
Afastou-se de casa e ganhou, ofegante,
a rua, e da prisão ela se aproximou.
Muitas vezes, aos guardas, triste, ela implorou
o favor de um instante no cárcere entrar;
ver seu filho Jesus e um beijo lá lhe dar.
A noite já ia alta e ela ali ficava.
Entre a angústia e a confiança,
a Virgem em dor velava...
Mais tarde, João voltou, contando-lhe em seguida,
que a causa de Jesus já se achava perdida,
pois pelos sacerdotes fora ele acusado.
O terrível Pilatos tinha até hesitado,
enviando o Bom Rabi ao Herodes infame,
sem que o povo judeu por justiça pedisse.
Maria, resoluta, abrigou-se num manto,
e saiu a orar, os olhos sempre em pranto.
Que terrível aflição a dessa Mãe Sublime!
Coração sofredor que em lágrimas se exprime!
Que fizera Seu Filho, para vir sofrer
as injúrias e o opróbrio, sem os merecer?
Mas, oh! Que sofrimento! Que horror! Que agonia!
Seu Jesus já envergava o fato de ironia,
tendo às mãos uma cana e à cabeça a coroa,
trabalhada em espinhos donde o sangue escoava...
Ela quis libertar-lhe a fronte dolorosa,
mas o Filho, sereno, enviou-lhe amorosa
resposta em Seu olhar, tão bom, resignado.
E Maria seguiu seu Filho idolatrado...
Relembrou nesse instante, a infância de Jesus,
aquela linda estrela que lançava a flux,
o sinal deslumbrante do Seu nascimento.
Registrado em seu íntimo ficara o evento.
A multidão parou... Num esforço supremo,
Pôncio Pilatos, juiz, usa um recurso extremo:
Convida a decidir a turba então loquaz,
entre Jesus divino e o torpe Barrabás.
E Maria sentiu a esmagadora afronta.
Em doloroso pranto viu-O tomar a cruz
e vergando sob ela o corpo de Jesus.
O Rabi caminhava, o dorso vergastado,
com furor sem igual, por um infeliz soldado.
Angustiada, lembrou-se, repentinamente,
do Patriarca Abraão que levara o inocente
Isaac até o altar do sacrifício, e então,
Jeová lhe falara em glorificação.
Certamente que Deus lhe escutaria a prece,
e na hora extrema um Anjo interviria.
No entanto, a Mãe Sublime, dolorosamente,
viu, entre dois ladrões, no madeiro inclemente,
Seu Filho ser pregado. Triste felonia!
O Pai não lhe escutara a prece da agonia...
Em grande desalento ouviu a voz do Filho,
recomendando a João o seu perene auxílio.
Registrou humilhada, o Verbo derradeiro...
Mas, quando já pendia inerte no madeiro
a cabeça sublime, força misteriosa
apossou-se da Virgem e ela ouviu, ditosa,
a saudação celeste, sublime e grandiosa.
Jesus era Seu Filho amado com fervor,
mas era o Mensageiro do Grande Senhor.
Compreendeu que possuía sonhos materiais.
Submissa, curvou-se às forças celestiais,
trazendo, ainda, lágrimas no olhar tristonho.
A Virgem reviveu sua vida qual num sonho.
Compreendeu afinal, a Justiça, a Vontade
do Pai sempre amoroso e cheio de Bondade.
Ajoelhando-se aos pés da cruz e do suplício,
Maria repetiu sem dor nem sacrifício:
"Eis aqui, meu Senhor, a Sua Humilde Escrava.
Cumpra-se sempre em mim, segundo a Sua Palavra"
Mariinha Mota
Nota da autora:
Eu também, a exemplo de Maria, guardei minhas esperanças até o fim. Quando cheguei à conclusão de que nada mais poderia fazer pelo meu filhinho, curvei-me à Vontade do Todo Poderoso.
Restam-me, agora, as lágrimas de saudades que não sei reprimir porque, infelizmente, estou muito aquém da grandeza espiritual Daquela que foi a Mãe de Nosso Salvador.
Restam-me, agora, as lágrimas de saudades que não sei reprimir porque, infelizmente, estou muito aquém da grandeza espiritual Daquela que foi a Mãe de Nosso Salvador.
Duas coisas pedi a Deus / nesta vida tão sumária: / viver feliz junto aos meus, / ser professora primária.
terça-feira, 7 de junho de 2016
Trovas de Mariinha Mota
Vede: o rio de ondas de ouro,
vindo de plagas amenas,
foi no próprio nascedouro
um fiozinho de água apenas...
Nunca tente amaldiçoar
todo o vozerio alheio.
De gente má a gritar
o nosso mundo está cheio.
Se guardaste com esperança
muitas riquezas humanas,
reparte tua abastança
aos que gelam nas choupanas.
Aproxima-te do bem,
procura-o com decisão,
e verás fulgir, além,
a suprema perfeição
Sempre, em tudo, o morticínio
vê o homem bruto, em ânsia.
Tendência para o extermínio
é suprema ignorância.
Sempre que o véu da tristeza
ensombrar teu coração,
repare quanta beleza
tens, ao alcance da mão.
Reparte, com amizade,
a prece, a comida, as vestes.
São juros da eternidade.
São dividendos celestes.
Os laços indestrutíveis,
que reúnem corações,
são, geralmente, invisíveis:
nascem só das emoções!
A bondade é flor que encerra,
no mundo, o maior troféu,
daqueles que, aqui na Terra,
vivem voltados pro Céu.
Nasceu na Terra a Bondade,
por ordem do Criador.
Tem por mãe a Caridade
e tem como pai o Amor.
Eu procuro, com freqüência,
desparzir o bem, a luz.
Sei que o fruto dá notícia
da árvore que o produz.
Sonhei que era uma princesa
morena, uma flor do céu!
Você surgiu, que beleza,
com seus cabelos de mel!
Cheio de aurora, ofuscante,
o meu coração o vê.
Não sei o que é mais brilhante:
se é o Sol ou você.
Quando vejo um passarinho
voltando para o seu ninho,
sinto uma dor muito aguda:
saudade do meu filhinho.
Vi, agora, um beija-flor
beijando uma linda rosa!
Lembrei-me, com grande dor,
do meu filhinho, tão prosa!
Quero ser tua esperança,
ser tua prece e teu sorriso,
teu momento de bonança,
o teu céu, teu paraíso!
A diferença do olhar,
do homem que ama de verdade,
é como a brisa do mar
logo após a tempestade...
Mesmo a rosa mais bonita
de todas que a gente vê,
mesmo a bondade infinita,
nada se iguala a VOCÊ!
No mesmo abrigo do galho
onde a abelha tira o mel,
a víbora, em seu trabalho
fabrica peçonha e fel.
É no abrigo dos teus braços
que eu encontro, compassiva,
na febre dos meus cansaços,
uma fonte de água-viva.
Enche os teus dias no mundo
na construção do dever...
Há sempre um tormento fundo
no instante do entardecer...
Em nossa rota perdida
no mundo que só reclama,
recordemos que, na vida,
mil flores nascem na lama.
De partilhar com irmãos
tua alma simples e boa,
semeias entre cristãos
a fé que salva e Perdoa.
Como a hera sobre o muro,
teimosa a agarrar-se, então,
é a saudade, nó escuro,
atado em meu coração.
Esse amor ao nosso lado
é a canção que a vida tece,
é o lindo empíreo estrelado,
é a leira farta da messe.
Distante do coração
há perenes primaveras
refulgentes na amplidão,
pelos édens sem quimeras.
Se o próximo faz-se mudo,
não guardes mágoa ou receio,
pois o pouco é quase tudo
quando o amor está no meio.
Ao acordar, de manhã,
sinto-me leve, feliz,
pois lembro que sou irmã
de São Francisco de Assis.
Como é bom sentir o vento,
ver árvores generosas,
ver astros no firmamento,
ouvir canções, ver as rosas!
Meu amigo, pára e pensa
nestes dons que Deus te empresta:
a visão, o sonho, a crença,
toda a natureza em festa!
Lindos pomos tentadores
da macieira que domina;
antes de ser seiva e cores
foi semente pequenina!
Há tanta gente vibrando
para que a vida me vença
que, às vezes, fico pensando:
Ah! se não fosse esta crença...
Está você, noite e dia,
dia e noite em meu sonhar;
sonhar que é a minha alegria
e também é o meu penar.
Os crimes que mais me aterram
não são os de morte, não,
mas aqueles que soterram
toda a paz do coração.
Quando ajudarmos alguém,
não devemos vacilar,
pois todos sabem que o bem
protege sem perguntar.
Terá sempre triste sina
quem cultiva a displicência.
Considero a disciplina
toda a alma da eficiência.
Desprezo sem condição
pelo cultivo da terra,
constitui malversação
dos bens que Deus nos descerra.
O respeito à Criação
constitui simples dever;
os abates, queimas, são
atraso moral do ser.
A conversa que incrimina,
palavras de pouca monta,
são verbos sem disciplina
que geram males sem conta.
Recebe de alma serena
todo golpe que te doa;
opõe, à voz que condena,
a tua paz serena e boa!
Agradeço, a alma em prece:
o lar, a saúde, o pão,
a Inspiração que me aquece,
cantando de gratidão!
Acende a luz da bondade
nas lutas do dia-a-dia;
ninguém sabe se em verdade
mendigarás simpatia.
Mesmo a rosa mais bonita,
de todas que a gente vê,
mesmo a bondade infinita,
nada se iguala a você!
As trovas, como são belas
como prendas de ouro e luz!
E, por serem tão singelas,
lembram o Verbo de JESUS!
Meu amor, quantas riquezas
eu guardo em meu coração!
Mas entre estas mil grandezas
você é o melhor quinhão!
Enquanto eu tiver certeza
de que me amas com emoção,
viverei sem ter tristeza,
cantando de gratidão!
Cheio de aurora, ofuscante,
o meu coração o vê.
Não sei quem é mais brilhante,
se é o Sol ou se é você.
Se você soubesse, amor,
que eu vivo do seu sorriso,
veria que em cada flor
há um pouco de Paraíso.
No Ideal que é o nosso escudo
buscamos, na vida afora,
uma síntese de tudo
na perfeição que em Deus mora.
Nós semeamos e colhemos
na vida - solo de luz;
ajudando saberemos
que a bondade reproduz.
Sei que o amor não é paixão
nem o nomeio por tal,
ele é celeste atração,
prescinde do amor carnal.
O Cristão não pode odiar
a quem lhe faz mal profundo,
o seu lema é: "Crer e Amar",
servindo a Cristo no mundo.
Dos mil ódios inquietantes
que a vida me trouxe, um dia,
eu extraio, desafiantes,
esperanças e alegrias.
Serenidade não é
jardim de dias dourados;
é suprimento de fé
para os dias perturbados.
A natureza é santuário
no qual se torna visível
de Deus o itinerário
mostrando sapiência incrível.
Nenhum mal me faz ferida
no sofrer de cada dia.
Já recebi, desta vida,
minha carta de alforria.
"Vida Afora"
Mariinha Mota
Duas coisas pedi a Deus / nesta vida tão sumária: / viver feliz junto aos meus, / ser professora primária.
Só Criancinhas
Um grande industrial, milionário, cansado
dos imensos trabalhos que tinha o ano inteiro,
costumava passar as férias, sossegado,
em cidades balneárias ou no estrangeiro.
Uma vez, entretanto, foi passar uns dias
numa cidadezinha humilde e modesta,
ficando à beira-mar, nas manhãs menos frias
à tarde aproveitando pra fazer sua sesta.
E ali, observava os duros labores
dos homens que do mar tiravam seu sustento,
vendo tristes mendigos, pobres pescadores
que, então, viviam em rude, agreste sofrimento.
Tentou aproximar-se de um dos caiçaras
e com ele iniciou uma conversação;
verificou tratar-se de um homem que em raras
vezes já desfrutara a civilização.
O rapaz respondia às perguntas, somente,
por duros monossilabos, esperançoso
que o aborrecido intruso fosse logo em frente,
não espantando os peixes que aguardava ansioso.
Em um dado momento indaga-lhe o ricaço:
- Escute, moço, diga-me se, porventura,
aqui onde só vejo lutas e fracasso,
nasceu um grande homem de desenvoltura?
E o humilde caiçara, sem pestanejar,
respondeu, firmemente, sem fazer gracinhas:
- Que eu ficasse sabendo aqui neste lugar
tem só nascido mesmo, muitas criancinhas...
Mariinha Mota
Duas coisas pedi a Deus / nesta vida tão sumária: / viver feliz junto aos meus, / ser professora primária.
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