Quando João, o discípulo amado, anunciou
à Maria a prisão do Mestre, ela rogou
ao Senhor dos Senhores, toda em aflição,
que lhe poupasse o filho de seu coração.
Não era o seu Jesus, Divino Embaixador?
Não lhe anunciara o Anjo, com celeste ardor,
que ilustraria Ele o nome de seu povo
incutindo nas mentes sentimento novo?
Seria um nobre Rei, diferente, amoroso,
dando visão ao cego, curando o leproso.
À sepultura, Lázaro Ele arrancara em glória,
e a vida então lhe dera, em madrugada flórea...
Seu nome era lembrado em glorificação.
Todos lhe decantavam a predestinação.
E Maria confiou, ao Todo Poderoso,
preocupação e súplica em pranto copioso...
Veio dizer-lhe, entretanto, o discípulo João,
que o Messias já fora encarcerado então.
E Maria voltou com fervor à oração.
Implorou novamente o favor celestial.
Confiaria no Pai com fervor sem igual.
Desejava enfrentar, desassombradamente,
a situação. Até já lhe passara na mente,
procurar por alguém, alguma autoridade,
mas era muito frágil e cheia de humildade.
Certamente que Deus, de bondade infinita,
salvaria Seu Filho, para sua dita.
Mantinha-se Maria sempre vigilante.
Afastou-se de casa e ganhou, ofegante,
a rua, e da prisão ela se aproximou.
Muitas vezes, aos guardas, triste, ela implorou
o favor de um instante no cárcere entrar;
ver seu filho Jesus e um beijo lá lhe dar.
A noite já ia alta e ela ali ficava.
Entre a angústia e a confiança,
a Virgem em dor velava...
Mais tarde, João voltou, contando-lhe em seguida,
que a causa de Jesus já se achava perdida,
pois pelos sacerdotes fora ele acusado.
O terrível Pilatos tinha até hesitado,
enviando o Bom Rabi ao Herodes infame,
sem que o povo judeu por justiça pedisse.
Maria, resoluta, abrigou-se num manto,
e saiu a orar, os olhos sempre em pranto.
Que terrível aflição a dessa Mãe Sublime!
Coração sofredor que em lágrimas se exprime!
Que fizera Seu Filho, para vir sofrer
as injúrias e o opróbrio, sem os merecer?
Mas, oh! Que sofrimento! Que horror! Que agonia!
Seu Jesus já envergava o fato de ironia,
tendo às mãos uma cana e à cabeça a coroa,
trabalhada em espinhos donde o sangue escoava...
Ela quis libertar-lhe a fronte dolorosa,
mas o Filho, sereno, enviou-lhe amorosa
resposta em Seu olhar, tão bom, resignado.
E Maria seguiu seu Filho idolatrado...
Relembrou nesse instante, a infância de Jesus,
aquela linda estrela que lançava a flux,
o sinal deslumbrante do Seu nascimento.
Registrado em seu íntimo ficara o evento.
A multidão parou... Num esforço supremo,
Pôncio Pilatos, juiz, usa um recurso extremo:
Convida a decidir a turba então loquaz,
entre Jesus divino e o torpe Barrabás.
E Maria sentiu a esmagadora afronta.
Em doloroso pranto viu-O tomar a cruz
e vergando sob ela o corpo de Jesus.
O Rabi caminhava, o dorso vergastado,
com furor sem igual, por um infeliz soldado.
Angustiada, lembrou-se, repentinamente,
do Patriarca Abraão que levara o inocente
Isaac até o altar do sacrifício, e então,
Jeová lhe falara em glorificação.
Certamente que Deus lhe escutaria a prece,
e na hora extrema um Anjo interviria.
No entanto, a Mãe Sublime, dolorosamente,
viu, entre dois ladrões, no madeiro inclemente,
Seu Filho ser pregado. Triste felonia!
O Pai não lhe escutara a prece da agonia...
Em grande desalento ouviu a voz do Filho,
recomendando a João o seu perene auxílio.
Registrou humilhada, o Verbo derradeiro...
Mas, quando já pendia inerte no madeiro
a cabeça sublime, força misteriosa
apossou-se da Virgem e ela ouviu, ditosa,
a saudação celeste, sublime e grandiosa.
Jesus era Seu Filho amado com fervor,
mas era o Mensageiro do Grande Senhor.
Compreendeu que possuía sonhos materiais.
Submissa, curvou-se às forças celestiais,
trazendo, ainda, lágrimas no olhar tristonho.
A Virgem reviveu sua vida qual num sonho.
Compreendeu afinal, a Justiça, a Vontade
do Pai sempre amoroso e cheio de Bondade.
Ajoelhando-se aos pés da cruz e do suplício,
Maria repetiu sem dor nem sacrifício:
"Eis aqui, meu Senhor, a Sua Humilde Escrava.
Cumpra-se sempre em mim, segundo a Sua Palavra"
Mariinha Mota
Nota da autora:
à Maria a prisão do Mestre, ela rogou
ao Senhor dos Senhores, toda em aflição,
que lhe poupasse o filho de seu coração.
Não era o seu Jesus, Divino Embaixador?
Não lhe anunciara o Anjo, com celeste ardor,
que ilustraria Ele o nome de seu povo
incutindo nas mentes sentimento novo?
Seria um nobre Rei, diferente, amoroso,
dando visão ao cego, curando o leproso.
À sepultura, Lázaro Ele arrancara em glória,
e a vida então lhe dera, em madrugada flórea...
Seu nome era lembrado em glorificação.
Todos lhe decantavam a predestinação.
E Maria confiou, ao Todo Poderoso,
preocupação e súplica em pranto copioso...
Veio dizer-lhe, entretanto, o discípulo João,
que o Messias já fora encarcerado então.
E Maria voltou com fervor à oração.
Implorou novamente o favor celestial.
Confiaria no Pai com fervor sem igual.
Desejava enfrentar, desassombradamente,
a situação. Até já lhe passara na mente,
procurar por alguém, alguma autoridade,
mas era muito frágil e cheia de humildade.
Certamente que Deus, de bondade infinita,
salvaria Seu Filho, para sua dita.
Mantinha-se Maria sempre vigilante.
Afastou-se de casa e ganhou, ofegante,
a rua, e da prisão ela se aproximou.
Muitas vezes, aos guardas, triste, ela implorou
o favor de um instante no cárcere entrar;
ver seu filho Jesus e um beijo lá lhe dar.
A noite já ia alta e ela ali ficava.
Entre a angústia e a confiança,
a Virgem em dor velava...
Mais tarde, João voltou, contando-lhe em seguida,
que a causa de Jesus já se achava perdida,
pois pelos sacerdotes fora ele acusado.
O terrível Pilatos tinha até hesitado,
enviando o Bom Rabi ao Herodes infame,
sem que o povo judeu por justiça pedisse.
Maria, resoluta, abrigou-se num manto,
e saiu a orar, os olhos sempre em pranto.
Que terrível aflição a dessa Mãe Sublime!
Coração sofredor que em lágrimas se exprime!
Que fizera Seu Filho, para vir sofrer
as injúrias e o opróbrio, sem os merecer?
Mas, oh! Que sofrimento! Que horror! Que agonia!
Seu Jesus já envergava o fato de ironia,
tendo às mãos uma cana e à cabeça a coroa,
trabalhada em espinhos donde o sangue escoava...
Ela quis libertar-lhe a fronte dolorosa,
mas o Filho, sereno, enviou-lhe amorosa
resposta em Seu olhar, tão bom, resignado.
E Maria seguiu seu Filho idolatrado...
Relembrou nesse instante, a infância de Jesus,
aquela linda estrela que lançava a flux,
o sinal deslumbrante do Seu nascimento.
Registrado em seu íntimo ficara o evento.
A multidão parou... Num esforço supremo,
Pôncio Pilatos, juiz, usa um recurso extremo:
Convida a decidir a turba então loquaz,
entre Jesus divino e o torpe Barrabás.
E Maria sentiu a esmagadora afronta.
Em doloroso pranto viu-O tomar a cruz
e vergando sob ela o corpo de Jesus.
O Rabi caminhava, o dorso vergastado,
com furor sem igual, por um infeliz soldado.
Angustiada, lembrou-se, repentinamente,
do Patriarca Abraão que levara o inocente
Isaac até o altar do sacrifício, e então,
Jeová lhe falara em glorificação.
Certamente que Deus lhe escutaria a prece,
e na hora extrema um Anjo interviria.
No entanto, a Mãe Sublime, dolorosamente,
viu, entre dois ladrões, no madeiro inclemente,
Seu Filho ser pregado. Triste felonia!
O Pai não lhe escutara a prece da agonia...
Em grande desalento ouviu a voz do Filho,
recomendando a João o seu perene auxílio.
Registrou humilhada, o Verbo derradeiro...
Mas, quando já pendia inerte no madeiro
a cabeça sublime, força misteriosa
apossou-se da Virgem e ela ouviu, ditosa,
a saudação celeste, sublime e grandiosa.
Jesus era Seu Filho amado com fervor,
mas era o Mensageiro do Grande Senhor.
Compreendeu que possuía sonhos materiais.
Submissa, curvou-se às forças celestiais,
trazendo, ainda, lágrimas no olhar tristonho.
A Virgem reviveu sua vida qual num sonho.
Compreendeu afinal, a Justiça, a Vontade
do Pai sempre amoroso e cheio de Bondade.
Ajoelhando-se aos pés da cruz e do suplício,
Maria repetiu sem dor nem sacrifício:
"Eis aqui, meu Senhor, a Sua Humilde Escrava.
Cumpra-se sempre em mim, segundo a Sua Palavra"
Mariinha Mota
Nota da autora:
Eu também, a exemplo de Maria, guardei minhas esperanças até o fim. Quando cheguei à conclusão de que nada mais poderia fazer pelo meu filhinho, curvei-me à Vontade do Todo Poderoso.
Restam-me, agora, as lágrimas de saudades que não sei reprimir porque, infelizmente, estou muito aquém da grandeza espiritual Daquela que foi a Mãe de Nosso Salvador.
Restam-me, agora, as lágrimas de saudades que não sei reprimir porque, infelizmente, estou muito aquém da grandeza espiritual Daquela que foi a Mãe de Nosso Salvador.
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