quarta-feira, 5 de novembro de 2008

QUAM MUTATA SUM!

Algo mudou em mim, assim, tão de repente
que até agora, assustada, não compreendo ainda.
É uma graça de Deus o que a minha alma sente:
sinto-me flor-botão, numa manhã bem linda.

Pairo acima de tudo: da inveja que é doença,
da ingratidão mais torpe, do ódio que alucina.
Sou uma outra criatura, cheia de outra crença,
sentindo-me o que fui, novamente menina.

Nesta alegria imensa por sentir-me amada,
parece-me que a vara de uma boa fada
devolveu-me os mais caros, lindos sonhos meus.

As chamas da paixão falaz não me consomem
pois não quero e não devo amá-lo como homem
porque eu o idolatro tanto como a um deus.

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